Esta página é destinada a discutir toda a complexidade e beleza da Medicina Tradicional Chinesa.

domingo, 17 de janeiro de 2010

A Ciência e o TAO




TAO - O caminho da espontaneidade



Na sociedade ocidental, onde tudo é meticulosamente planejado e articulado, onde ficou nossa espontaneidade? Afinal, o que deseja nos dizer essa escola milenar de pensamento, que tanto iluminou o Oriente, e que aos poucos vem angariando adeptos fervorosos no Ocidente, inspirando filósofos e teólogos?


O TAO é identificado como o Absoluto, gerou o Yin e o Yang, os opostos, e ao mesmo tempo complementares, que formam todas as coisas que compõem o Universo.

À semelhança do Hinduísmo e do Budismo, o Taoísmo se interessa pela sabedoria intuitiva, e não pelo conhecimento racional. É um caminho de libertação do mundo, compreendendo e respeitando a profunda sabedoria que guiou a espécie até aqui.

Então, como foi que chegamos ao tão intenso desequilíbrio com o TAO? Onde foi que o Ocidente se perdeu? Haverá meio de retornar a esse equilíbrio?

Somente a união entre Ciência, Arte, Filosofia e Religião num mesmo ideal garantirá o equilibrio cósmico. Portanto, os quatro pilares do conhecimento humano, que separados geraram desarmonia, juntos mostrarão o caminho da Harmonia. Esse é o caminho da Síntese. Comecemos pela Ciência.

Na Medicina Tradicional Chinesa, toda doença é sinal de desarmonia entre o Yin e o Yang. O equilibrio do corpo é mantido pelo fluxo equilibrado do Qi (energia) dentro do meridianos. E a acupuntura serve para tratar esses desequilíbrios. Também são utilizados técnicas de meditação (tai chi chuan, Lian gong, Chi Kun) e massagem (tui ná, do in) como fonte de terapia. A fitoterapia e a dietoterapia ainda sãos os principais recursos da Medicina Tradicional Chinesa. A medicina curativa na China é considerada uma falência da medicina preventiva, uma derrota do médico.

Enfim, fitoterapia, dietoterapia, meditação e acupuntura são os principais recursos utilizados pela sociedade chinesa há mais de 5 mil anos, e ao contrário do que poderíamos esperar, ela está cada dia mais numerosa e poderosa.

Então, se tal conhecimento permitiu a sobrevivência e a manutenção desta sociedade, onde o conhecimento Ocidental chegou a mais ou menos 70 anos, o que nos pode ensinar essa cultura fabulosa? Por que nos desenvolvemos em polo tão oposto? Estaríamos aí também confirmando a teoria do Yin e Yang?

Vejamos o que ocorreu conosco...

Até pouco tempo atrás, o conhecimento Ocidental era unificado e integrado à vida prática. Arte, Filosofia, Ciência e Religião eram pilares de um conhecimento único, confundindo-se, misturando-se, sem cisões ou limites rígidos e bem definidos. Basta estudarmos algumas culturas antigas, para descobrirmos que índios, hindus e até mesmo orientais tinham uma visão mais ampla da vida. Para eles tudo era interdependente, como uma rede de relações. Até aí, tudo igual.

A partir do Iluminismo, a Ciência deixou gradativamente de ser Arte, e também Filosofia, mas principalmente, Religião. O conhecimento tornou-se fragmentado (Descartes). A Medicina, considerada a Arte de Curar, Sacerdócio de Abnegação e Caridade, rompeu bruscamente com a Sabedoria Antiga, dando início a uma era de experimentação científica e tecnológica, relegando ao descaso tudo que havia sido falado e praticado. Olha-se agora para um corpo doente, buscando culpados e soluções rápidas e fáceis para eles. Primeiro, os miasmas, depois os fungos, bactérias, vírus e agentes externos. Agora, a genética determinista e irremediável! A interação de Genética, Meio e Sistema Imunológico formam a teoria de adoecimento mais aceita atualmente. Surge então a Indústria Farmacêutica, poderosa, milionária, capaz de convencer a todos que, para qualquer coisa há uma pílula milagrosa, que curará sem grandes dificuldades e sem exigir grandes sacrifícios. Fácil, cômodo e banal.

A Medicina passou a cuidar da doença e não do doente. O médico, que antes representava um papel de profundo respeito e confiança, passou a ser visto como frio, calculista, e até cruel... incapaz de sequer ouvir o paciente, com o tempo reduzido ao insuficiente para sua consulta, irritado com o excesso de trabalho, e a má remuneração, destruiu voluntária ou involuntariamente a sagrada relação médico-paciente. E a Arte, Filosofia e Religião??? A grande maioria dos médicos sequer tem a coragem de abordar tais assuntos, e se vê constrangida ao falar de fé em seus consultórios, como se fosse assunto proibido pelo decreto Placebo.

O que ocorreu?

Esqueceu-se que a Medicina tem aproximadamente 250.000 anos, o mesmo tempo que o Homo sapiens surgiu na Terra. E que a Ciência praticada no Ocidente tem apenas 300 anos...

A Medicina sempre foi praticada, seja por pajés, sacerdotes, feiticeiros, filósofos, benzedeiros...
curiosos que se dedicavam ao aprendizado, e apesar disso, em toda sua história, ela usufruiu de grande prestígio e respeito. Um misto de temor e admiração acompanhava àquele que se aventurasse no aprendizado dessa Arte.

Quais interesses são tão fortes assim, capazes de perverter uma história tão bela e magnífica como a da Medicina? Apenas um, dinheiro. Ainda as trinta moedas de prata que compraram o solo de sangue.

Tudo parece perdido? Não. É apenas a força portentosa do TAO em ação!

Novamente o TAO se mostra, e brotam por todo lado novas correntes de pensamento, que começam a invadir os meios universitários, despertando a curiosidade e o interesse de renomados professores. A Acupuntura e a Homeopatia são apenas os mais importantes exemplos de técnicas que anteriormente eram desprezadas, e que agora adquiriram respeito e reconhecimento das entidades médicas e da sociedade. A Fitoterapia, embora sempre perseguida
pela Indústria Farmacêutica, insiste em permanecer na cultura de todos os povos, e a suscitar a curiosidade e pesquisas da própria indústria! Ainda bem.

Ainda que diferentes, a Medicina Ocidental e a Oriental mostraram na teoria do TAO serem polos de um mesmo caminho. Parecem incompatíveis? Isso é mera ilusão. Próton e elétron, embora com cargas elétricas diferentes, juntas formam um átomo; um sem o outro são apenas partículas dispersas no Universo do microcosmo.

Dúvidas?  http://formspring.me/jocianenegrao

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